segunda-feira, 24 de julho de 2017

O Sacrifício na Vida !





No mundo terreno tudo é transitório
E a glória do seres
Ocorre quando se é imolado
Seu espírito de sacrifício
Faz o corpo sofrer o holocausto
E é na autoimolação, na doação
Que está a glória do que é perecível
Pois tudo passa, tudo flui
Em oposição ao valor mundano
Que busca o prazer egoisticamente
Temendo a morte, o transitório
Vivendo em plenitude o presente
Antes que ele passe e vire passado
É a rejeição do bem existente
Limitado, transitório, das criaturas
O mal relativo das coisas criadas
Que submete o homem a esta vida
Cobrando dele escolhas resignadas
Ser um transcendente feliz
Ou um imanente imerso na tristeza
E na força de sua revolta
O homem exalta a criatura
Para além do justo limite
Recusa todo e qualquer tipo de sacrifício
Rejeita a transitoriedade das coisas
Revolta-se contra o tempo
Por não poder obter a felicidade absoluta
Já neste mundo, a glória eterna
Põe tudo a perder
E não viver a sua finalidade
Pois se satisfaz
Com estado de natureza decaída
O mundo torna-se belíssimo, excelente
Onde o homem pela razão
Pode ordená-lo, alcançar a glória
E felicidade absoluta
Ser como deus, o seu próprio deus.

Por: Keller

Idolatria na Vida !




Por foça de um apelo
Oriundo de uma insatisfação existencial
O homem se apega a criatura
Por não ver e tatear o Ser, Criador
Confunde a imagem com o Absoluto
Quer no finito o infinito
E se frustra interiormente
Por soberba e arrogância
Revolta-se contra o Ilimitado
E incapaz de conceber em sua criação
O que não pode ser concebido
Compreendido, definido
Por não ter parâmetros que O limita
É incapaz de ver o universo
Como mera imagem e vestígio do Ser Absoluto
O homem se consome na idolatria
Transforma o contingente em Absoluto
Tornando deus o que é apenas criação
Esquecendo que a criatura não se compara a Deus
Este homem finito não vê a transcendência
A bondade e a razão do Ser superior na ondem do universo
Onde por traz de toda ação e acontecimento
Há um motivo maior, um bem maior
Que revela a vontade de um Ser ordenador
Que não se identifica com as criaturas
Nem nega a excelência da criação
Mas revela o que é Deus, e o que fez é bom
A vida do homem na terra é um exílio
Sua vida é uma prova
Por si mesmo não há ordem
O que lhe causa tristeza e angústia
Em um vale de lágrimas e expiações
Não vê o quanto é passageiro e ilusório
Os bens de um mundo terreno
E por fim se revolta contra a miséria da vida
E em seu berço de morte
Decide se ama a Deus
Sua Grandeza, Sabedoria, Beleza e Bondade.

Por: Keller

O Criador da Vida !





D’Ele as coisas foram feitas
A luz, as trevas, o homem e o mundo
De invisíveis tornaram-se visíveis
O seu poder eterno tornou-se externo
A imagem e semelhança D’Ele
A partir do pensamento as coisas são feitas
Pensar é fazer, fazer é pensar
Sem palavras, falou por obras
E qual é a finalidade da criatura?
Senão conhecer, amar e servir a Ele
Neste mundo e para sempre no outro
E para amá-lo tem que conhecê-lo
Ao conhecê-lo passa a servi-lo
E como conhecê-lo?
Por um coração puro e limpo
Desapegado de afetos impuros
Cheio de sabedoria
Através das imagens e vestígios
Existentes na criação, nas criaturas
Que velam e revelam o Criador
Fazendo da vida uma escada para ascender
Ao eterno, absoluto, inifinito, sumo bem... Deus.

Por: Keller

O Contemplar dos seres na vida !



A criatura ao parar e contemplar
O mundo de seres criados pelo Ser
Vê sua própria contingência e finitude
E não tendo como não apega-se ao Ser

Reconhece o que não passa
Admitindo sua dependência
Frente a humilde submissão
E um indivisível acatamento

Ou revolta por ser limitado
Um mal presente dos seres
Busca infinitude nos seres
Sem ver as contingências

Troca Bem Supremo
Pelo bem relativo
Que nada poder
E em tudo foi

Nasce a religião dos homens
Uma igreja a serviço dos seres
Que representa todas as tendências
Sem as verdades dos santos mistérios

Por: Keller